Uma Análise do Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM)

Marcus V. Schönhorst W. Müller
Marcus V. Schönhorst W. Müller
May 2024
10 min

Já pensou em calcular quanto vale um ativo financeiro? Saber se aquela ação está barata, cara, se esta no preço justo? Já ouviu falar do Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM)

Pois é, existem modelos que permitem que a gente calcule essas variáveis aqui eu vou explorar o o CAPM com alguns detalhes, analisando sua teoria, aplicação e implicações para os investidores.

Origens e Fundamentos do CAPM:

O Modelo de Precificação de Ativos de Capital foi desenvolvido na década de 1960 por William Sharpe, John Lintner e Jack Treynor. Sua formulação inicial foi baseada na teoria do portfólio de Harry Markowitz, que destacou a importância da diversificação na redução do risco de um portfólio (uma carteira de investimentos). O CAPM foi posteriormente refinado e popularizado por Eugene Fama e Ken French.

O cerne do CAPM é a relação entre o retorno esperado de um ativo, o retorno esperado do mercado e o risco associado a ambos. A teoria assume que os investidores são racionais e procuram maximizar seus retornos, levando em consideração o risco envolvido. Assim, o preço de um ativo é determinado não apenas pelo seu potencial de retorno, mas também pelo seu risco em relação ao mercado como um todo.

Componentes Chave do CAPM:

O CAPM é composto por várias componentes chave que são essenciais para entender sua aplicação e interpretação:

  1. Beta (�β): O beta de um ativo é uma medida de sua sensibilidade aos movimentos do mercado. Um beta maior que 1 indica que o ativo é mais volátil do que o mercado, enquanto um beta menor que 1 indica que o ativo é menos volátil. A gente precisa analisar o histórico de um ativo para ver o quanto ele se correlaciona com o mercado em geral. Se ele se movimenta junto, ao contrário do mercado ou independente deste.
  2. Prêmio de Risco de Mercado: O CAPM pressupõe que os investidores exigem um prêmio de risco para manter ativos mais arriscados do que o mercado. Esse prêmio de risco é calculado como a diferença entre o retorno esperado do mercado e a taxa livre de risco, ou seja, em tese você precisa ganhar mais do que alguém que não toma risco, do contrario não faria sentido tal investimento.
  3. Taxa Livre de Risco (rf​): A taxa livre de risco é o retorno esperado de um investimento livre de risco, geralmente representado pelos rendimentos de títulos do governo de curto prazo.
  4. Retorno Esperado do Mercado (μm​): Este é o retorno esperado de um portfólio diversificado que representa o mercado como um todo.

Implicações do CAPM para Investidores:

Para investidores e gestores de portfólio, o CAPM oferece várias implicações importantes:

  1. Seleção de Ativos: O CAPM fornece uma estrutura para avaliar o potencial de retorno de um ativo em relação ao seu risco, ajudando os investidores a tomar decisões informadas sobre a alocação de ativos em seus portfólios.
  2. Gestão de Riscos: Ao calcular o beta de um portfólio, os investidores podem entender melhor o risco agregado de seu portfólio e ajustar suas posições para alcançar um equilíbrio adequado entre risco e retorno.
  3. Alocação de Ativos: O CAPM pode ser usado para determinar a alocação ideal de ativos em um portfólio com base no perfil de risco do investidor e suas expectativas de retorno.

Críticas e Limitações do CAPM:

Apesar de sua ampla utilização, o CAPM não está isento de críticas e limitações. Algumas das críticas comuns incluem:

  1. Assunções Irrealistas: O modelo pressupõe que os investidores são racionais, os mercados são eficientes e os ativos são negociados sem custos. Essas suposições nem sempre são válidas na prática (quase nunca né).
  2. Sensibilidade a Dados de Entrada: Pequenas mudanças nos dados de entrada, como a taxa livre de risco ou o retorno esperado do mercado, podem levar a grandes variações nos resultados do CAPM.
  3. Falhas na Previsão de Retornos: O CAPM muitas vezes subestima ou superestima os retornos reais dos ativos, levando a decisões de investimento subótimas.

Mesmo assim, apesar de suas críticas e limitações, o Modelo de Precificação de Ativos de Capital continua a ser uma ferramenta valiosa para os investidores na avaliação do risco e do retorno de ativos. Ao entender os fundamentos do CAPM e suas implicações para a gestão de portfólio, os investidores podem tomar decisões mais informadas e construir portfólios que atendam aos seus objetivos financeiros a longo prazo. Para mim, o CAPM funciona como um vetor e não uma grandeza. Ele vai me dar algum indicativo, alguma direção para olhar, mas jamais levarei o numero do resultado como algo além disso. Por falar na minha opinião, se você quer conhecer mais da equipe e como pensam os gestores e planejadores da Ascenda Wealth, te convido a conhecer nossos eventos em https://lu.ma/ascenda;

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Marcus V. Schönhorst W. Müller
CEO, Ascenda Investimentos