Após um longo período de juros elevados nas principais economias globais chegou o momento de uma mudança no ciclo para uma trajetória de cortes. Destaque para o FED (banco central americano) onde a expectativa quanto ao início do ciclo de afrouxamento monetário já é para esse mês de setembro.
Com a recente desaceleração da inflação e o enfraquecimento do mercado de trabalho, dados mais fracos de Payroll e revisão dos números anteriores, projetamos que o FED vai iniciar um ciclo de cortes de juros em setembro de 2024, com três cortes consecutivos até o final do ano. Na próxima reunião esperamos a divulgação do DOTS, gráfico com as expectativas de juros dos membros do FED. Vale destacar que em agosto durante o simpósio de Jackson Hole, o presidente do FED reforçou essa sinalização para corte de juros. Entretanto, Jerome Powell, presidente do FED, não deixou claro uma sinalização do tamanho dos cortes, o que deve ser apresentando após a reunião de setembro.
Outro tema relevante é sobre as eleições americanas. Após desistência do candidato independente Robert Kennedy Jr, Trump voltou a aparecer à frente das pesquisas eleitorais.
Na China a economia segue mostrando sinais de enfraquecimento, com o crescimento do segundo trimestre de 2024 abaixo do esperado. A falta de estímulos por parte do governo chinês fez com que as projeções de crescimento fossem revisadas para baixo, com expectativas de expansão de 4,9% em 2024 e de 4,7% em 2025.
Na Europa, o BCE (banco central europeu) segue indicando uma postura cautelosa, mas poderá ser influenciado pelo movimento de cortes de juros nos EUA, potencialmente seguindo com afrouxamentos nas reuniões subsequentes.
Com isso esperamos um cenário de desaceleração econômica nas economias desenvolvidas e na China, porém com o afrouxamento monetário, especialmente nos EUA, esperamos impactos positivos nas economias emergentes.
O país segue com níveis de juros reais elevados dado o ambiente de atividade econômica robusta e mercado de trabalho aquecido, combinação que tem mantido o hiato do produto (diferença entre o crescimento efetivo e potencial do PIB) em terreno positivo e pressionado a inflação.
Apesar dos dados fiscais apresentarem um aumento nas receitas, as despesas seguem crescendo em ritmo mais forte, como resultado é esperado um déficit de 0,6% do PIB para 2024, o que não entrega o prometido pelo Governo. Para tentar atingir a meta fiscal, o governo terá que fazer um novo esforço, incluindo controle de despesas, novos cortes, e potencial aumento de receitas. O cenário de dívida pública mostra maior pressão no curto prazo, com custos elevados e forte dependência da taxa Selic, indicando uma trajetória de alta contínua.
As projeções de crescimento do PIB para 2024 continuam sendo revisadas pelo mercado com estimativa de 2,3%, impulsionadas pelo mercado de trabalho ainda forte. No entanto, para 2025, é esperado um menor crescimento na ordem de 1,5%, refletindo
condições financeiras já apertadas e riscos de uma postura monetária ainda mais restritiva, elevações na Selic. A inflação, por sua vez, segue sendo revista para cima, com estimativa de 4,7% em 2024, refletindo pressões de custos e inércia inflacionária.
A Selic deve sofrer novas elevações ainda em 2024 chegando ao final no patamar de 11,75%, com previsão de redução para 10,50% em 2025. De acordo com as cotações de mercado, a curva de juros atualmente indica uma possibilidade de elevação da Selic já na próxima reunião do Copom a ser realizada em 18 de setembro, e uma sequência de altas até janeiro de 2025. As falas recentes de membros do BACEN trouxeram mais indícios de que um novo ciclo de elevação está perto de começar.
Considerando que esse movimento aconteça, elevação na Selic, em conjunto com queda de juros americanos no curto prazo uma apreciação do câmbio é esperada com isso podendo testar patamares de R$ 5,40.
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