Eu lembro exatamente do dia em que percebi que algo tinha mudado.
Estava numa reunião importante, falando sobre metas, números e prazos.
Tudo ia “bem” no papel e minha carreira estava no auge. Mas, no meio da minha própria fala, senti um vazio.
Era como se eu estivesse interpretando um papel que já não me cabia mais. Olhei para o crachá na minha mesa e pensei:
"Esse aqui não sou eu."
Não foi uma epifania romântica. Foi incômodo. E, como todo incômodo, começou pequeno, mas cresceu até se tornar impossível de ignorar.
Foi aí que entendi: quando o crachá deixa de representar quem você é, ele se transforma em uma âncora.
E se você acha que isso pode estar acontecendo na sua vida também, aqui estão cinco sinais para você ficar de olho.
No passado, contar sobre sua função enchia os olhos de entusiasmo. Hoje, é um discurso que já não carrega orgulho, só obrigação. A paixão deu lugar ao piloto automático, e a sensação é de estar apenas cumprindo tabela.
Antes, o que a empresa defendia fazia sentido para você. Agora, há um ruído. Talvez na forma como tratam as pessoas, nas decisões estratégicas ou no impacto que geram no mundo. A cada reunião, você sente que está defendendo uma bandeira que já não é a sua.
Cansaço que não passa, irritação sem motivo, sensação de estar sempre no limite e te falta energia até nos momentos de lazer. O crachá pesa mais que o trabalho. E a exaustão, física e emocional, se torna seu idioma diário.
Não é sobre férias ou folga. É sobre imaginar uma vida diferente (talvez mais simples, talvez mais ousada) mas algo que não é o que você faz hoje. E perceber que esse sonho começa a ter mais vida que a rotina atual.
O que te trouxe até aqui foi importante, mas não define quem você precisa ser daqui para frente. É como se, em algum ponto, você tivesse se afastado da sua essência — e agora sente a necessidade de voltar para ela.
Reconhecer esses sinais é o primeiro passo. O dia em que entendi que meu crachá não dizia mais quem eu era foi o dia em que comecei a redesenhar minha vida.
E não, não foi rápido nem fácil. Mas, olhando para trás, percebo que não era sobre abandonar algo — era sobre abrir espaço para que outra versão minha pudesse existir.
O próximo é entender que transição de carreira não é só sobre trocar de emprego — é sobre reconstruir sua identidade, propósito e estilo de vida.
E, para fazer isso sem se perder no caminho (ou no medo), planejamento é fundamental: emocional, estratégico e, claro, financeiro.
Se algum desses sinais falou com você, não ignore. Seu crachá é só um acessório. Sua vida é o que você constrói sem ele. Talvez o maior risco não seja mudar. Talvez seja ficar exatamente onde está.
Se você sente que é a hora de mudar, nos envie uma mensagem em carreira@ascendavoce.com.br.